LIVRO CRIANDO
PAISAGENS.
DO BENEDITO
ABBUD
3- EDIÇÃO
EDITORA SENAC
Entendimento:
O
paisagismo é a única expressão artística em que participam os cinco sentidos do ser humano. Enquanto a arquitetura, a pintura,
a escultura e as demais artes plásticas usam e abusam apenas da visão, o
paisagismo envolve também o olfato, a audição, o paladar e o tato, o que
proporciona uma rica vivência sensorial, ao somar as mais diversas e completas
experiências perceptivas. Quanto mais um jardim consegue aguçar todos os
sentidos, melhor cumpre seu papel.
Visão:
Quando
a visão focaliza os elementos vegetais, percebe as formas das copas, flores e
folhas, dos caules e galhos. Investiga as inúmeras cores das florações, folhas
e folhagens e informa também sobre texturas, macias ou ásperas, miúdas ou
grandes, sobre os efeitos e lisura (liso), ou rugosidade, de brilho ou
opacidade presentes em folhas e flores.
Tato:
O
sentido do tato opera de outro modo, precisa de contato direto com os elementos
naturais, de modo que perceba se sua temperatura é quente ou fria, se há
rugosidade, lisura, aspereza, maciez ou dureza. O tato também informa sobre o
calor do sol, a frescura da sombra e outras sensações.
Paladar:
Já
o sentido do paladar, possibilita conhecer os jardins de maneira diferente: faz
a boca regalar com diversas frutas e flores comestíveis que povoam os espaços
ajardinados. Permite saborear os temperos e as especialidades que, colhidos
frescos, enriquecem a comida ou os chás e as infusões de folhas e sementes que
acalmam os estimulam.
Audição:
Tudo
é som nos jardins, a audição faz conhecer os murmúrio das aguas, o farfalhar
das folhas, o sacudir dos ramos ao vento, o ruído do caminhar sobre pedriscos,
o canto dos pássaros.
Olfato:
Tudo
atrai o olfato nas áreas ajardinadas, seja pelo cheiros das plantas no início
da manhã, ao cair da tarde ou em dias de chuvas, seja pelo odor da grama recém-
cortada, pelas nuvens de perfumes de diversas flores, folhas, cascas e ramos
exalar em vários momentos do dia e da noite.